03 de janeiro de 2018

Farmácias – como agir quando o mercado está instável?

Analisar o mercado farmacêutico neste momento, fazer previsões sobre os principais acontecimentos que podem influenciar toda a cadeia produtiva do segmento para os próximos meses é uma tarefa complicada. A possibilidade de algum especialista acertar o que vai acontecer é a mesma que uma cartomante ou um jogador de búzios tem ao prever o futuro com a máxima assertividade.

Particularmente, parece-me que esta fase de turbulência em alguns setores da economia assemelha-se as catástrofes provocadas pela natureza. Entretanto, a roda continua girando e não podemos parar e esperar o que vai acontecer para, depois, decidir qual o caminho a seguir. Temos de continuar caminhando independentemente dos acontecimentos. E, portanto, o melhor remédio para o momento atual chama-se cautela, pois somente assim evitaremos tomar decisões precipitadas.

Sabemos que o comércio precisa de gestão, planejamento e gerenciamento eficazes, mas, acima de tudo, também estamos cientes de que, na maioria das vezes, essas práticas são ignoradas por grande parte dos varejistas. Posso exemplificar relatando o quanto me estarrece, o quanto fico incrédulo diante de varejistas mais preocupados com a saúde financeira da concorrência do que com o seu próprio negócio. Pessoalmente, tenho a impressão de que estes empresários acreditam que se o concorrente quebrar, a empresa dele irá se salvar. Na prática, é óbvio que isso não vai acontecer, até porque esse espaço vai ser ocupado por outro concorrente.

Em uma economia de livre concorrência como a do Brasil, os espaços serão sempre ocupados por outros. Analise, por exemplo, quem era seu maior concorrente há cinco anos e quem é o seu maior concorrente hoje? Provavelmente, não é o mesmo e você deve sentir falta do tempo em que reclamava das práticas até então inaceitáveis do saudoso concorrente.

Com isso, é fácil notar que, independentemente da crise a qual enfrenta ou situação financeira em que se encontra o seu concorrente, muitos sobreviverão, inclusive os que não têm a gestão do negócio.

E só vão prosperar aqueles que, ao invés de se preocuparem com o vizinho, preferem avaliar o grau evolutivo e a performance de atuação de sua própria empresa. E vencerão também aqueles que não terceirizam suas incompetências, não culpando o concorrente, o fornecedor ou o governo pelo caos, aceitando os fatos e buscando soluções, principalmente nos momentos de instabilidade do mercado.

Edison Tamascia é empresário do setor farmacêutico, com 40 anos de atuação no segmento, sendo também presidente da Febrafar (que congrega 55 redes associativistas e representa mais de 9.700 PDVs), da Farmarcas e da Rede Ultra Popular. Membro efetivo da Câmara do Comércio de Produtos Farmacêuticos da CNC (Confederação Nacional do Comércio), do Comitê Gestor do Programa “Aqui Tem Farmácia Popular” do Ministério da Saúde; do Comitê Consultivo da Anvisa para o Programa do SNGPC e da AFE (Autorização de Funcionamento Especial) e do fórum permanente da pequena e micro empresa do  MDIC– Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comercio. Também é proprietário da Rede Super Popular, com diversas unidades no Estado de São Paulo, nas cidades de Hortolândia, Sumaré, Bragança Paulista, Elias Fausto, Paulínia, Boituva, Porto Feliz, Campinas e Monte Mor, além de uma em Uberaba/MG.

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